Neste pequeno conjunto de trabalhos, através da manipulação sobre fotografias de casamento de meus antepassados, eu busco proporcionar reflexões sobre o campo da sexualidade, bem como questionar alguns padrões inerentes às relações heteronormativas. Fotografias de casamento têm por natureza uma formalidade que sela uma simbologia: marido e mulher, até que a morte os separe. Em cada uma destas obras, eu procuro questionar esses padrões simbólicos por duas vias de manipulação: em um primeiro momento, através de edição digital, eu substituo o rosto da minha antepassada pelo meu, em seguida, sobre a reprodução fotográfica, eu recorto de forma manual a figura do noivo. Por meio dessa dupla intervenção, a série busca estimular a pulsão de narrativas plurais que atravessam e questionam a ideia tradicional de casamento.