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Desaparição

Atelier Galeria FFAC, Porto, 2024

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Exposição  Desaparição, de Clara de Cápua. Atelier Galeria FFAC, Porto, Portugal, 2024. Fotografia de João Rey.

Ao examinarmos um conjunto mais abrangente de criações da artista Clara de Cápua, considerando obras materializadas entre 2019 e 2024, percebemos as suas recorrentes inquietações e o seu incontestável discernimento sobre o tempo turbulento que estamos atravessando. Vivemos um tempo fugaz, raso, um tempo que extirpa as profundidades das nossas experiências, influenciando inexoravelmente as nossas noções de história, bem como o nosso entendimento sobre memória e, também, sobre pertencimento e permanência.

 

Em sua poética visual, a artista aglomera diferentes épocas e momentos, criando timelines, justaposições, porém não para padronizar o que coloca lado a lado, não para reproduzir o achatamento de um tempo tão centrado no agora, mas sim para proporcionar uma suspensão de um tempo cotidiano, possibilitando um mergulho em um tempo pautado no sensível, incitando construções diversas, conduzindo-nos para o entendimento de uma temporalidade espiralar, entrelaçando presente e passado para delinear o futuro.

 

Se por um lado, Desaparição traz como ideia o ato ou efeito de desaparecer, neste termo há a palavra aparição em seu interior e, não em vão, essa foi a palavra escolhida como título de uma exposição que apresenta imagens intervencionadas em que pessoas – e também uma paisagem – são retiradas, apagadas e/ou cruzadas. Em cada espaço aparentemente vazio, podemos inserir espectros infinitos e, assim, construímos na imagem o que projetamos do nosso próprio repertório, sobrepondo as nossas histórias sobre as que ali não estão encerradas.

 

Em suas investigações estéticas, Clara de Cápua demonstra como nem mesmo uma pedra tem a sua duração e a sua imutabilidade garantida, revelando a força da ação do tempo e a beleza existente na inevitável transformação das matérias e, assim, podemos reconhecer naquilo que um olhar mais apressado poderia julgar como símbolos mórbidos, uma enorme pulsão de vida.

Tales Frey

Curador

1. as mesmas, as outras (série), 2023.
Intervenção sobre reprodução fotográfica, dimensões variáveis. Edição 1/3 + 1 PA


2. elas (série) , 2024.
Reprodução fotográfica e resina epóxi, dimensões variáveis.


3. todos os rios são o mesmo rio, 2020
Vídeo, som, cor, 4’54’’. Edição 1/4 + 1 PA


4. livro para desaparecer (políptico), 2022.
Impressão fotográfica sobre tecido, 25 x 40 cm cada. Edição 1/5 + 1 PA


5. sete estudos sobre a ausência (série), 2020.
Recorte sobre reprodução fotográfica, dimensões variáveis.


6. Olga, 2021
Intervenção sobre reprodução fotográfica, 1,3 x 22,8 cm. Edição 1/3 + 1 P.A.


7. Romilda 2021
Intervenção sobre reprodução fotográfica, 32 x 24 cm. Edição 1/3 + 1 P.A.


8. pequena pedra #13, 2019.
(série: pequenas pedras). Nanquim sobre papel, 18 x 18 cm.


9. tem alguém no meu espelho e não sou eu (série), 2023.
Carvão e grafite sobre papel, 28 x 38 cm cada.


10. dezoito imagens para ver o tempo passar (políptico), 2021.
Recorte sobre reprodução fotográfica, 9 x 12 cm cada.​ 
Edição: 1/2 + 1 P.A.

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Exposição  Desaparição, de Clara de Cápua. Atelier Galeria FFAC, Porto, Portugal, 2024. Fotografias de João Rey.

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Flyer de divulgação da exposição  Desaparição, de Clara de Cápua. Atelier Galeria FFAC, Porto, Portugal, 2024.

ficha técnica

Clara de Cápua: Desaparição

Atelier Galeria FFAC, Porto, Portugal

25 de Maio a 15 de Junho de 2024

Curadoria: Tales Frey

Realização: Porto ao Porto
Produção: Fabiano Fernandes
Fotos: João Rey

Agradecimentos: Carla de Cápua, Galeria Ocupa, Giuliane Sampaio, Hilda de Paulo, Luís Fernando Macedo e Maria Laura Buffo. 

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