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naufrágio
2021

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Clara de Cápua, naufrágio, 2021. 5'15''. Full HD 16:9, som, cor. Edição: 4 + 1 P.A.

teaser aberto do vídeo naufrágio

Em uma praia, dois corpos – uma mulher e um barco – são submetidos à variação da maré. Enquanto a mulher é tragada pela água, o barco encalha com o recuo do mar. Através da justaposição dessas imagens, o vídeo discute nossa relação com o meio ambiente, suscitando reflexões sobre mudanças climáticas e a fragilidade da condição humana ante as forças da natureza.

Histórico

2024     Ardume: Mostra de videoarte e cinema experimental. Curadoria: Francisco Relvas. Campanice, Porto, Portugal.

2023     Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023. Curadoria: José Maia. Fórum da Maia, Maia, Portugal.
2022     XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Fundação Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal.

Texto crítico

Duas projeções simultâneas, duas narrativas paralelas convergem para um desfecho anunciado. O movimento perpétuo das marés, a passagem do tempo ou lembrando o que nos ensina Didi-Huberman, "diante da imagem estamos sempre diante do tempo"¹, pois perante a imagem passado e presente não cessam de se reconfigurar, não cessam de se desmultiplicar. Numa das imagens em movimento que agora observamos, um corpo abandona-se à beira mar e há de ficar lentamente submerso pela subida da maré, até se desvanecer nas águas atlânticas de Coruripe; na outra que corre simultânea, à medida que a maré baixa, uma pequena embarcação de pesca, sem mestre, qual navio fantasma, vai acostando até encalhar ou "dar em seco", como diriam os pescadores deste lado do atlântico. Este exercício filmico, intitulado Naufrágio (2021), da autoria de Clara de Cápua (n. 1984) incorpora os temas recorrentes da artista brasileira. Foi com ele que participou na Bienal, concretamente na mostra de vídeo. Atualmente doutoranda da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Clara de Cápua é licenciada em Artes Cénicas e Mestre em Artes. A sua práxis desenvolve-se precisamente nestes dois domínios: as artes performativas e as artes visuais, explorando questões de temporalidade, as tensões ausência/presença, bem como as pulsões narrativas que emanam da imagem. Recorre a diversos mediums como o desenho, a gravura, a pintura ou o video.

¹ Georges Didi-Huberman, Diante do tempo, trad. Luís Lima, (Lisboa, Orfeu negro, 2017), 9.

Carla Santos Carvalho

(Catálogo da Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023)

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Registro do obra em exibição na XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, na Fundação Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal, 2022.

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Registro da obra em exibição na Bienal de Arte Contemporânea da Maia 2023, ao lado da obra uma pedra é uma pedra é uma pedra. Fórum da Maia, Maia, Portugal, 2023. Fotos: Hugo Adelino

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